
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, se reuniram na noite desta terça-feira (8), com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
O encontro, na residência oficial da Câmara, foi marcado para discutir uma solução para o impasse entre o Executivo e Legislativo sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), segundo apurou a reportagem. Participaram também os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE). O encontro não estava nas agendas oficiais.
Haddad deixou a reunião às 22h17. Em seguida, as demais autoridades também passaram a deixar a residência de Motta. A reunião terminou sem declarações à imprensa.
Segundo apurou a reportagem, o convite para o encontro partiu de Motta. O gesto foi visto como um sinal positivo pelo governo, diante do acirramento da crise entre Executivo e Legislativo acerca do aumento do IOF.
Motta e Alcolumbre lideraram, no Congresso, a aprovação do projeto que derrubou o decreto do governo Lula que aumentava as alíquotas do imposto.
O governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão dos parlamentares. O ministro Alexandre de Moraes suspendeu a validade do decreto do presidente e a votação do Congresso que derrubava o aumento do imposto e chamou as duas partes para uma audiência de conciliação na próxima terça-feira, 15.
Segundo apurou a reportagem, o encontro desta terça-feira buscou pacificar a relação entre os dois Poderes. Além do impasse envolvendo o IOF, o Congresso também se tornou alvo de críticas de apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com termos como “Congresso da mamata” se disseminando nas redes.
O secretário executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou ao Estadão na última sexta-feira que o governo tem argumentos para convencer Moraes de que o aumento do IOF foi uma medida regulatória, ainda que aumente a arrecadação do governo.
Durigan reforçou que o governo Lula vai insistir na alta do IOF, mas não vai encerrar a discussão e colocar um “ponto final” na negociação com o Congresso. O debate sobre o caráter do decreto do presidente Lula — se é regulatório para corrigir distorções do mercado ou arrecadatório para equilibrar as contas do governo — é um ponto central no embate travado no STF.
Com informações de Estadão