Anvisa aprova uso do Mounjaro em tratamentos para emagrecimento

10 de Junho 2025 - 18h21
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A Anvisa autorizou oficialmente, nesta segunda-feira (9), o uso do Mounjaro para o tratamento da obesidade no Brasil. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e promete movimentar ainda mais o mercado de medicamentos para emagrecer — e também o debate sobre o uso estético de remédios originalmente voltados para doenças crônicas.

Antes indicado apenas para diabetes tipo 2, o Mounjaro, cujo princípio ativo é a tirzepatida, vinha sendo usado “na surdina” por médicos e pacientes para perda de peso — o famoso uso off-label, fora da bula.

Agora com o selo oficial da Anvisa, o remédio se junta ao Ozempic como mais um arsenal farmacêutico na guerra contra a balança. E não é pouca coisa: a tirzepatida reduz os níveis de açúcar no sangue, melhora o controle da glicemia, aumenta a sensação de saciedade e ainda retarda o esvaziamento gástrico — combinação poderosa para quem busca emagrecimento rápido.

Mas o preço ainda assusta: no mercado internacional, o tratamento pode chegar a custar até 7 mil euros. Mesmo assim, a procura já é grande — e, com isso, o mercado ilegal e oportunista também cresce. Afinal, quando o “corpo perfeito” vira obsessão, até a bula fica em segundo plano.

A liberação oficial acende alerta: onde termina o tratamento e começa o uso estético?
Com mais da metade da população brasileira acima do peso, a resposta pode mexer não só com a saúde pública — mas também com o bolso, a vaidade e os limites da medicina.