
Arqueólogos da Universidade Complutense de Madri identificaram a impressão digital humana mais antiga já encontrada, com cerca de 43 mil anos. A marca foi registrada em uma pedra descoberta no abrigo rochoso de San Lázaro, na Espanha, e descrita em artigo publicado na revista Archaeological and Anthropological Sciences em 24 de maio.
A rocha de granito, de 21 centímetros, foi achada ao lado de ferramentas neandertais e se destaca por não apresentar sinais de uso funcional. Em vez disso, possui três reentrâncias e um ponto vermelho de pigmento ocre — óxido de ferro —, que sugerem intenção estética ou ritualística.
Por meio de análise multiespectral, os pesquisadores detectaram uma impressão digital sobre o ponto vermelho, invisível a olho nu. A marca apresenta detalhes como cristas e bifurcações, confirmados por análise forense, escaneamento 3D e microscopia eletrônica. Simulações estatísticas indicam menos de 1% de chance de que a disposição da pigmentação e dos recortes tenha ocorrido por acaso.
A pedra não pertence à geologia local e teria sido transportada de um rio a cinco quilômetros, reforçando a hipótese de uso simbólico. A descoberta se soma a outras evidências de comportamento simbólico entre neandertais, desafiando a noção de que apenas o Homo sapiens era capaz de produzir arte ou realizar rituais.