
Durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) justificou de forma inusitada sua ausência na cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): não quis ouvir vaias.
“Eu não ia me submeter à maior vaia da história do Brasil”, disparou o ex-presidente, ao ser ouvido pela Primeira Turma do STF no âmbito da ação que investiga uma possível articulação golpista para impedir a posse de Lula.
A declaração foi feita diretamente ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, embora o magistrado tenha feito questão de dizer que não faria esse tipo de pergunta. Mesmo assim, Bolsonaro seguiu em frente:
“Alguns dizem que muita coisa aconteceu porque eu não passei a faixa. Eu não passei porque não vou me submeter a passar faixa para esse atual mandatário que está aí”, declarou.
Durante o depoimento, Bolsonaro também negou qualquer envolvimento com um plano de golpe de Estado. Para ele, a ideia é “abominável”.
“Da minha parte e por parte dos militares, nunca se falou em golpe. O golpe até seria fácil de começar, mas o after day é imprevisível e danoso para todo mundo. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessas”, afirmou.
Bolsonaro também tentou desvincular sua imagem da chamada “minuta do golpe” e voltou a destacar que sua defesa do voto impresso foi uma pauta antiga, de quando ainda era deputado federal.