
O Flamengo e o Palmeiras têm três jogadores, Gabigol, Everton Ribeiro e Weverton, cedidos à seleção para eliminatórias e Copa América. Ficarão um mês e meio com o time brasileiro. Mas a CBF contraria a lei, não paga seus salários e rechaça cobranças. Tanto as eliminatórias quanto a Copa América são altamente rentáveis para a confederação: vão gerar pelo menos R$ 30 milhões.
A CBF e o Flamengo vivem uma disputa por causa da convocação do atacante Pedro para a Olimpíada. O clube tinha vetado, e a confederação o chamou mesmo assim para tentar forçar sua ida. A cessão não é obrigatória. O Palmeiras vetou a presença de Weverton na Olimpíada, a confederação queria ficar com ele por dois meses da temporada.
Essas problemas são fruto do calendário feito pela própria CBF em que os campeonatos não param para partidas da seleção. Neste ano, serão afetadas 18 rodadas do Brasileiro por datas-Fifa.
Desde a apresentação para as eliminatórias, Everton Ribeiro, Gabigol e Weverton ficarão um total de 44 dias com a seleção se o time for para a final. Descontados aí dois dias de folga entre as duas competições. Os dois atletas são dos maiores salários do Flamengo, o mesmo ocorre com Weverton no Palmeiras.
Em seu artigo 41, a Lei Pele estabelece em seu primeiro parágrafo: "A entidade convocadora indenizará a cedente dos encargos previstos no contrato de trabalho, pelo período em que durar a convocação do atleta, sem prejuízo de eventuais ajustes celebrados entre este e a entidade convocadora". Ou seja, a CBF teria de pagar um mês e meio de salário da carteira dos dois jogadores.
Pela lei, os salários devem ser pagos inclusive quando o jogador voltar contundido. Isso porque o período de convocação se estende até o atleta estar apto a jogar. Pedro, que serviu à seleção olímpica, voltou com covid-19 e não pode atuar pelo time. Teoricamente, ainda está a serviço da seleção até poder jogar.
A confederação, no entanto, não paga nada.