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Uma foto revelada nesta terça-feira (10) expôs uma curiosa estratégia da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF): apresentar uma coletânea de vídeos com falas antigas de ministros e políticos da esquerda colocando em dúvida o sistema eleitoral brasileiro.
Entre os vídeos listados estavam declarações de Flávio Dino, hoje ministro do STF, acusando fraude eleitoral e criticando as urnas eletrônicas, e também de Carlos Lupi, atual ministro da Previdência, que defendia o voto impresso como forma de garantir recontagem dos votos.
A lista ainda incluía um registro de 2015 em que Bolsonaro e Rodrigo Maia aparecem celebrando a aprovação do voto impresso na Câmara — tudo numa tentativa clara de mostrar que a desconfiança sobre as urnas não era exclusividade do bolsonarismo.
Mas Moraes cortou o embalo: negou a exibição dos vídeos, alegando que o depoimento era um momento de “oitiva” e não de apresentação de provas visuais. A decisão frustrou a linha de defesa, que apostava nos registros para argumentar que críticas ao sistema eleitoral sempre foram parte do debate político, inclusive à esquerda.
A revelação da lista reacende a discussão sobre critérios duplos no tratamento dado a figuras públicas que colocam o sistema eleitoral em xeque. Se a mesma crítica foi feita por membros do atual governo no passado — e hoje rende processos e inquéritos contra Bolsonaro —, onde está a linha entre opinião política e crime contra a democracia?
