Justiça do Rio manda internar adolescente de 14 anos que matou família

27 de Junho 2025 - 14h59
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A Justiça do Rio de Janeiro determinou, nesta quinta-feira (26), a internação provisória do adolescente de 14 anos que matou o pai, a mãe e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no Noroeste Fluminense. Após prestar depoimento, o jovem foi encaminhado para o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), onde cumprirá medida preventiva de 45 dias. Até o momento, ele não possui advogado constituído.

Entenda o caso
O adolescente confessou ter cometido os assassinatos na madrugada do último sábado (21), após ser impedido pelos pais de viajar para encontrar uma garota com quem mantinha relacionamento virtual desde os 8 anos. O casal e o filho caçula foram mortos enquanto dormiam. A arma utilizada, um revólver registrado em nome do pai — que possuía registro como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) — estava escondida sob o colchão.

O jovem afirmou ter tomado energético para permanecer acordado antes de efetuar os disparos: primeiro contra o pai, depois a mãe e, por fim, o irmão. Ele arrastou os corpos e os jogou em uma cisterna na residência. Durante o depoimento, o delegado Carlos Augusto Guimarães relatou que o jovem demonstrou frieza e afirmou que não se arrependeu dos crimes.

O desaparecimento da família foi inicialmente registrado pela avó do adolescente, que compareceu com ele à delegacia na terça-feira (24). No dia seguinte, após perícia no local, os corpos foram localizados. Havia vestígios de sangue, roupas queimadas e odor vindo do cômodo onde a cisterna foi encontrada.

Motivações e investigações
A Polícia Civil investiga duas possíveis motivações para o crime: oposição dos pais ao relacionamento virtual do adolescente ou interesse financeiro. O jovem teria pesquisado como falsificar autorização de viagem e também como sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de pessoas falecidas. O pai possuía cerca de R$ 33 mil no fundo.

A jovem de 15 anos com quem o adolescente se relacionava virtualmente foi identificada e localizada em Água Boa (MT), onde foi ouvida pela polícia. As autoridades apuram se ela teve alguma influência ou participação na motivação do crime. Caso fique comprovada a instigação, ela também poderá responder judicialmente, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Acusações
O adolescente responderá por ato infracional análogo a triplo homicídio e ocultação de cadáver. A arma do crime foi localizada na casa da avó e a confissão foi reforçada por depoimentos de familiares. As investigações continuam para esclarecer todos os elementos envolvidos na tragédia.