Apreensões de cocaína no RN chegam ao topo da exportação: R$ 600 milhões

15 de Agosto 2019 - 06h58
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Era início de fevereiro quando fiscais da Receita Federal que trabalham no porto de Natal receberam a informação de que uma carga de mangas que estava prestes a ser enviada à Holanda continha, na verdade, muito mais do que apenas frutas para exportação. Eles resolveram, então, verificar pessoalmente o conteúdo do contêiner.

Encontraram dentro dele duas toneladas de cocaína. A droga também tinha a Holanda como destino. Lá, poderia ser vendida, no atacado, por até R$ 270 milhões. Ou seja, cada quilo da cocaína apreendida valeria R$ 135 mil, cerca de US$ 35 mil.

O alto valor da cocaína no mercado internacional transformou o tráfico da droga via portos num negócio bilionário. De acordo com a PF (Polícia Federal), só no porto de Natal, por exemplo, foram apreendidas 4,3 toneladas do entorpecente nos primeiros seis meses de 2019, incluindo os tabletes encontrados na carga de manga.

Levando em conta as estimativas do preço da droga adotadas pela Receita Federal, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e também pelo UNDOC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, na sigla em inglês), isso quer dizer que até US$ 150 milhões em cocaína foram apreendidas neste único porto só no primeiro semestre do ano. Com o dólar cotado a cerca de R$ 3,90, são mais de R$ 588 milhões em cocaína.

Para se ter uma ideia do que o mercado ilegal da droga representa, caso toda essa cocaína apreendida fosse mesmo exportada e contabilizada, sua movimentação representaria o principal produto exportado pelo porto de Natal de janeiro a junho de 2019. A hipotética exportação da droga apreendida geraria mais receita do que a venda de aviões ou helicópteros (R$ 274 milhões), máquinas (R$ 102 milhões), e os vários tipos de frutas embarcadas para a Europa do terminal.

UOL