Denúncia de assédio moral de diretor da CBF resulta em novo afastamento de Caboclo

01 de Setembro 2021 - 02h44
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A Comissão de Ética da CBF decidiu afastar Rogério Caboclo do cargo de presidente da entidade por mais 60 dias. Trata-se de uma decisão preventiva, enquanto o caso não é investigado e julgado.

Por essa decisão, isoladamente, Caboclo poderia voltar ao cargo no dia 31 de outubro. Mas, antes de esse prazo vencer, o dirigente deve ser suspenso por 15 meses – essa foi a punição sugerida pela Comissão de Ética no caso da funcionária que o denunciou por assédio.

A denúncia de assédio moral foi apresentada pelo diretor de Tecnologia da Informação da CBF, Fernando França, no dia 22 de junho. A decisão desta terça-feira foi tomada de forma unânime, por todos os seis membros da Comissão de Ética.

Procurada, a defesa de Rogério Caboclo afirmou que a decisão da Comissão de Ética "não tem legal e, portanto, é sem efeito". O dirigente diz ainda que vai reassumir o cargo na próxima sexta-feira, quando acaba o afastamento anterior.

Na denúncia feita por França, ele afirma que Rogério Caboclo praticou "condutas ilícitas e repugnantes". O diretor afirmou ainda que foi "injuriado, difamado e sofreu agressões ameaçadoras, o que, sem dúvida, caracteriza abuso de poder e afronta ao princípio da moralidade".

Ainda de acordo com Fernando França, Caboclo pediu a ele que "grampeasse, monitorasse, quebrasse sigilo fiscal" da funcionária que fez a denúncia de assédio.

– Ele queria desqualificá-la para ver se o que ela estava fazendo iria amenizar o que ele fez com ela.

Rogério Caboclo está afastado da presidência da CBF desde 6 de junho, dois dias depois de o ge ter revelado a existência de um denúncia de assédio sexual e assédio moral. Na semana passada, a Comissão de Ética afastou a acusação de assédio sexual e recomendou que ele fosse punido por 15 meses por conduta inapropriada.

Depois da primeira denúncia, outras duas mulheres afirmaram ter sido vítimas de assédio sexual de Rogério Caboclo. Uma delas apresentou uma notificação extra-judicial de natureza trabalhista para a CBF. No documento, ela também afirmou ter sido agredida pelo dirigente. Ele negou as acusações. Walter Feldman, citado como testemunha no documento, também negou.

Uma terceira mulher, ex-funcionária da CBF, afirmou em depoimento ao Ministério Público que sofreu assédio numa viagem a trabalho. Rogério Caboclo também negou a acusação.

Com informações do ge