
A Venezuela já acumula uma dívida superior a R$ 10,3 bilhões com o Brasil, sem qualquer perspectiva de quitação. Desde que o país vizinho entrou em inadimplência, em 2018, já são mais de R$ 2,7 bilhões só em juros de mora, segundo dados atualizados até 28 de fevereiro de 2025 pelo Ministério da Fazenda.
Estima-se que o passivo total possa chegar a quase R$ 12 bilhões, considerando a cotação atual do dólar (R$ 5,42). Os financiamentos envolveram obras de infraestrutura e exportações brasileiras, como metrôs, estaleiros e siderúrgicas, e foram garantidos por meio do Seguro de Crédito à Exportação (SCE), operado com recursos da União.
Como os pagamentos não foram feitos por Caracas, a União precisou indenizar os bancos brasileiros e ficou com a dívida. Só nos dois primeiros meses de 2025, o estoque da dívida cresceu quase R$ 1 bilhão.
A última indenização paga pelo Brasil aos exportadores ocorreu em junho de 2025, e novas parcelas ainda devem vencer, o que tende a elevar ainda mais o valor devido.
Apesar do calote, o presidente Lula tem defendido, em fóruns internacionais, alternativas como troca de dívidas por investimentos em educação e meio ambiente, e o uso de mecanismos como os Direitos Especiais de Saque (DES) do FMI para aliviar a pressão financeira de países em crise.
Ainda assim, não há qualquer acordo concreto ou negociação avançada com a Venezuela para o pagamento da dívida.