Fechamento do Hospital de Canguaretama agrava nossa crise na saúde, diz Sinmed

31 de julho 2019 - 10h35
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A interdição do Hospital Regional de Canguaretama completa uma semana nesta quinta-feira (1) e até agora não houve nenhum sinal de solução ou encaminhamento do problema que atinge diretamente os mais de 34 mil habitantes do município, além dos moradores de outras quatro cidades da região. O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN) visitou a unidade e entender os motivos do fechamento e cobrar uma solução.

A interdição foi feira pela Vigilância Sanitária. O órgão verificou que toda a unidade está comprometida e oferece alto risco sanitário aos pacientes internados.

“Nós já vivemos uma crise na quantidade de leitos oferecidos em todo o Estado e agora com esse fechamento perdemos mais 20 que é o número de leitos que esse hospital dispunha. Eles serviam de referência pra o pronto atendimento da região e muitas vezes também ajudavam na regulação de Natal que encaminhava pacientes pra cá. Essa demanda não vai acabar, ela vai estourar em alguma outra unidade”, ressalta Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed.

O desmonte na estrutura do Hospital Regional de Canguaretama começou no início do ano quando houve diminuição de 40 para 20 leitos de internamento. Outra baixa significativa foi a transferência de anestesistas para outras unidades, o que impossibilitou a realização de cirurgias. Dessa forma o hospital passou a funcionar apenas para internamento clínico.

“Este hospital já prestou grandes serviços. Tinha uma média de 100 cirurgias mês, incluindo obstetrícia”, acrescenta Geraldo Ferreira.

O Sinmed/RN entende que o Governo do Estado deve fazer de forma emergencial a reforma estrutural necessária para reabrir o hospital e, em um segundo momento, discuta se quem vai continuar gerindo a unidade ou se vai entregar a um consórcio entre os municípios.

“A população não pode passar por mais esse descaso com a saúde pública. O fechamento é um crime contra a população da cidade e região. É necessário que o governo do Estado recupere a infraestrutura do hospital e devolva ao povo que necessita de seus serviços. Esse dinheiro que o governo vai economizar vai provocar muita dor e sofrimento”, finaliza o presidente do Sinmed/RN.