
A notícia do fechamento do Hospital Ruy Pereira, referência em cirurgias vasculares no Rio Grande do Norte, caiu como uma bomba entre profissionais que atuam na saúde pública potiguar. Foram muitas as manifestações contrárias a medida, o que fez a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) recuar e afirmar que a decisão ainda não estaria tomada. Além disso, até o Ministério Público ingressou com ação para evitar o fim da unidade. Mas, em meio a tudo isso, poucos lembraram que, sem o hospital, seria apagada também uma importante e simbólica homenagem a um militante histórico do PT-RN, com longa lista de serviços prestados ao Estado.
Ruy Pereira dos Santos morreu em um trágico acidente de carro em 2010 na BR 101, a caminho de Recife. Na época, era o secretário estadual de Educação do governo Wilma de Faria. Professor e médico com anos de experiência, deixou para a administração diversos planejamentos para os meses subsequentes, que não teve a oportunidade de implementar. Antes, também já havia ocupado a Secretaria Estadual de Saúde Pública, a mesma que agora quer fechar o hospital com seu nome. Funções indicadas sempre pelo PT.
Mas, a história de Ruy Pereira no RN vem de muito antes. Foi prefeito da cidade de Serra Negra no fim dos anos 90, e a boa gestão realizada na cidade lhe alçou ao protagonismo estadual. Em 2002 o PT lhe escolheu para ser o candidato a governador pela legenda. Cumpriu a missão de pé. Em 2006, foi escolhido pelo partido para ser candidato a suplente de senador. Sem sucesso eleitoral nas duas tentativas, passou então a atuar no governo Wilma, nas duas áreas para as quais dedicou boa parte de sua vida.
No mesmo ano de sua morte, o então governador Iberê Ferreira de Souza, que assumiu o cargo com a renúncia de Wilma, decidiu homenagear o ex-secretário colocando seu nome no Hospital que estava sendo inaugurado. Hoje, sob o risco de ser fechado, o fim do Hospital Ruy Pereira corre risco de representar não apenas deixar os pacientes mais pobres sem atendimento, mas também o de apagar a memória e a homenagem feita a um correligionário histórico. E, por ironia do destino, com o Governo do RN sob o comando do PT.