
Para muitos astrônomos e cientistas teóricos, a existência de formas de vida alienígenas é uma certeza, nós só não temos tecnologia capaz de encontrá-las. O instituto SETI (sigla em inglês para Search for Extraterrestrial Intelligence) é um dos melhores exemplos de ciência que leva essa pesquisa a sério, mas as ferramentas ainda são muito limitadas, o que dificulta saber onde procurar. Um novo estudo, entretanto, aponta para algumas direções.
Nas últimas décadas, iniciativas como o SETI foram guiadas por conjecturas, conceitos e fórmulas sujeitos a altos graus de incerteza. Pensando nisso, os autores do novo estudo propuseram utilizar alguns desses conceitos e a matemática para simular onde e quando poderíamos encontrar outras civilizações — que, para um contato bem sucedido, devem ser capazes de se espalhar pelo universo, ou seja, tecnológicas.
Existem muitos fatores favoráveis à busca por vidas alienígenas, como a nossa própria existência e a comprovação de que há milhões de outros planetas potencialmente habitáveis. O problema é que nem todos eles poderiam fornecer as condições necessárias para que a vida se desenvolva até o estágio mais avançado que conhecemos — o nosso próprio. Sem esse desenvolvimento, as chances de encontrarmos “alguém” são muito improváveis.
A evolução da vida é tão lenta que a inteligência do nível humano provavelmente nunca surgirá na maioria dos planetas habitáveis. É que no universo, existem estrelas que explodem em supernova muito antes de atingirem uma fração da idade do nosso Sol. Se considerarmos que a estrela do Sistema Solar tem mais de 4 bilhões de anos, é possível concluir que este é o tempo necessário para “cozinhar” elementos até o surgimento de uma civilização tecnológica, que nesse caso, é a vida humana.
Então, é mais provável que a vida avançada apareça em planetas de vida mais longa, e no final de seus períodos habitáveis. Mas isso nos leva a muitos paradoxos. Por exemplo, a maioria das estrelas gigantes vermelhas com planetas ao redor pode manter tais sistemas estelares por trilhões de anos, e ainda assim, nós, humanos, surgimos em menos de 1% desse tempo. Por que chegamos tão cedo? Essa é a resposta que o novo estudo tenta responder.
Algumas hipóteses dizem que planetas de vida muito longa não são habitáveis por muito tempo, mas o novo artigo propõe que os alienígenas “grabby” existem há muito tempo, expandindo-se rapidamente. Dentro de alguns bilhões de anos, eles “agarrarão” (daí o apelido “grabby”, que significa “agarrados”) todo o universo e, em seguida, “suprimirão os concorrentes”, de acordo com os autores. Isso define um prazo e é por isso que chegamos cedo.
Para resumir o “modelo de alienígenas grabby”, elaborado em cima de uma série de conceitos anteriores e estimativas complicadas, os autores assumes que as civilizações nascem de acordo com uma série de etapas, mais ou menos como aconteceu aqui na Terra. Essas civilizações então se expandirão em uma taxa comum, e devem alterar o volume do espaço que ocupam até se encontrarem. Por fim, impedião o surgimento de outras civilizações tecnologicamente avançadas nestes mesmos volumes. O modelo possui três parâmetros, resumidos a seguir.