"O nome é Jordi. E é Jordi que vai ser registrado".

19 de Setembro 2021 - 10h26
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Johan Cruyff chegou ao Barcelona em 1973. O time era vice-lanterna. Na sua estreia, goleada sobre o Granada por 4x0, com dois gols dele. A partir daí, nenhuma derrota e terminaram campeões naquela temporada. Tornou-se rapidamente o craque e líder da equipe e nunca se furtou de tomar decisões, mesmo que fosse contrárias a direção do clube ou do treinador.

O clássico contra o Real Madrid, no Santiago Bernabéunaquele ano foi marcado para a mesma data em que se programou a cesárea do terceiro filho do craque: Jordi. O parto foi em Amsterdã, como tinha sido o das irmãs mais velhas Chantal e Susila. Cruyff queria estar ao lado da esposa Danny e isso estava mexendo com a cabeça dele e da direção da equipe.

O treinador Rinus Michels conversou com o médico sem o conhecimento do jogador e conseguiu antecipar o procedimento para o craque poder participar do jogo, que terminou com o acachapante sucesso do “Barça” por 5x0. Enquanto a Catalunha celebrava a vitória, Cruyff voou de volta à Amsterdã a fim de terminar de acompanhar a esposa nos dias de repouso pós-parto.

Naquele tempo, a região da Catalunha sofria em razão da ditadura imposta por Francisco Franco e aquela vitória teve um significado político enorme. Uma semana depois, e os catalães ainda comemoravam.

Ao retornar a Barcelona, o jogador foi fazer o mesmo procedimento que fizera em Amsterdã, ou seja, registrar o garoto. Com a certidão de nascimento holandesa em mãos, foi ao cartório espanhol e lhe foi aconselhado a não usar Jordi, pois este é um nome catalão (São Jordi é o santo padroeiro da Catalunha), mas sim registrá-lo como Jorge, que é a versão espanhola.

O craque perseverou, mesmo com a insistente resistência do funcionário do cartório. Mostrou-lhe a certidão holandesa que também era um documento oficial. As emoções nacionalistas afloradas após a goleada do Barcelona sobre o Real Madrid acabaram por mexer com o oficial do cartório e, após algumas argumentações do jogador/pai, foi feito o registro de Johan Jordi sem desculpas. E Cruyff teve a certeza que o 5x0 não teve apenas um grande valor sentimental para os catalães. Em sua autobiografia, ao contar esse episódio, disse:

- Duvido que aquele funcionário mudasse de idéia se o Barcelona tivesse perdido a partida ou estivesse na parte de baixo da classificação.            

Crédito de informações para criação do texto: Johan Cruyff 14, a autobiografia.

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