
A passagem de Paulo Roberto Falcão como treinador da seleção brasileira de futebol durou de setembro/1990 a julho/1991. Foram 06 vitórias, 07 empates e 03 derrotas, saindo após perder a Copa América, no Chile, para a seleção local.
Falcão substituiu Sebastião Lazaroni, após o fracasso da Copa/1990, e foi sucedido por Carlos Alberto Parreira, que conquistou o título da Copa/1994.
Ao longo dos 10 meses em que esteve à frente do escrete nacional, o treinador não seduziu a torcida, nem a imprensa nacional, embora, vaidoso e sempre bem vestido, tenha introduzido à beira do gramado o uso de paletó e gravata, situação inédita por esses trópicos e que levou a língua ferina do jornalismo esportivo dizer que tentava imitar o então treinador Franz Beckenbauer, campeão com a Alemanha no mundial da Itália e que assim trajava nos jogos de sua seleção.
Na verdade, com o cada vez mais crescente êxodo dos jogadores brasileiros para jogar na Europa, Falcão foi obrigado a montar um time genuinamente nacional, dando oportunidade a nomes que, certamente, o torcedor nem lembra mais que um dia atuaram pela seleção, como Silvio (atacante), Gil Baiano (lateral-direito), Donizete Oliveira (volante) ou Márcio (volante). Por outro lado, deu vez a Mauro Silva e Marcio Santos, titulares na campanha do tetra em 1994, e Cafu, capitão do penta em 2002.
A oficial razão da saída do treinador foi o vice-campeonato da Copa América/1991, no entanto, a verdadeira versão é que a demissão se deu após o treinador se negar a aceitar que a lista de convocados e a escalação do time passassem pelo crivo da presidência da CBF (leia-se Ricardo Teixeira), e que os jogadores cariocas tivessem preferência sobre os paulistas.
A elegância que sobrava no treinador faltava no comando da CBF.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: Guia Politicamente Incorreto do Futebol (Jones Rossi e Leonardo Mendes Júnior)