
Com a chegada do Dia dos Namorados nesta quinta-feira (12), cresce a procura por medicamentos como a tadalafila, indicada para tratar disfunção erétil. No entanto, especialistas alertam para os riscos do uso sem orientação médica.
O urologista Paulo Roberto de Assis, chefe da Urologia e Andrologia do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), reforça que a medicação deve ser prescrita após avaliação médica completa, incluindo exames cardíacos, quando necessário. “O sexo é uma atividade física. É preciso estar bem de saúde”, diz.
Assis destaca também o risco do uso desnecessário. “Além dos efeitos colaterais, há risco de dependência psicológica. O jovem pode passar a acreditar que só consegue ter relações sexuais com o remédio.”
Fatores como estresse, ansiedade, uso de álcool, cigarro, além de doenças como diabetes e hipertensão, também afetam o desempenho sexual. Em muitos casos, segundo o médico, o problema é mais psicológico do que fisiológico.
A bula do medicamento já alerta: a tadalafila não deve ser usada por quem não tem disfunção erétil. Ainda assim, seu uso tem crescido: segundo a Anvisa, as vendas passaram de 21,4 milhões para 64,7 milhões de unidades entre 2020 e 2024.
Na rede pública, questões ligadas à saúde sexual podem ser tratadas nas Unidades Básicas de Saúde. Quando necessário, o paciente é encaminhado a um urologista. O medicamento também pode ser prescrito nesses atendimentos.
Para Assis, o mais importante é buscar ajuda qualificada. “Comparações, pornografia excessiva e desinformação afastam os homens do cuidado médico. Muitas vezes, o melhor caminho seria um acompanhamento psicológico.”