
Na última quarta-feira o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed RN), Geraldo Ferreira, visitou a Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Cidade Satélite, em Natal. O intuito era verificar in loco as condições de trabalho dos profissionais, bem como as condições da unidade e o quadro verificado é preocupante. Tinha paciente da sala vermelha internado há mais de 40 dias, quando ele deveria passar no máximo 48 horas e em seguida ser encaminhado a algum hospital para o atendimento adequado.
“O problema não está na Upa em si, mas no desvirtuamento dela. Isso é muito, muito grave porque essa falta de leitos hospitalares transforma as unidades em entreposto por um tempo longo demais. Isso pode levar as pessoas à morte enquanto esperam pelos leitos”. Ressalta o presidente do Sinmed.
A estrutura da UPA tem 4 consultórios, repouso médico adequado e ampla sala de espera para o paciente. O problema estrutural constatado está na deficiência das redes estadual e municipal de saúde pela falta de leitos de retaguarda.
A UPA de Cidade Satélite atende uma média de 6 mil pacientes por mês e conta com 40 médicos em seu quadro de escalas. Desses, apenas 7 são concursados e os outros prestam serviço pela Cooperativa Médica.
De acordo com Geraldo Ferreira, existe aí outro problema. “Esses médicos que trabalham no mesmo lugar tem uma discrepância salarial considerável. Os profissionais concursados chegam a receber da prefeitura a metade dos vencimentos pagos a um cooperado”.
Outro dado levantado pelo Sinmed é que o número de plantões acordados com a Secretaria de Saúde de Natal não está se efetuando na escala. Esse assunto inclusive será tema de audiência com o secretário George Antunes. O objetivo é que se cumpram os 10 plantões para os médicos de 40 horas.
A visita foi acompanhada pelo Diretor Técnico da UPA de Cidade Satélite, Fagner Fernandes.