Altos preços das passagens aéreas faz turismo minguar no RN, diz deputado

11 de Abril 2019 - 03h48
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O panorama atual na aviação civil é um jogo em que todos saem perdendo: empresas em recuperação judicial, baixa concorrência, rotas que prejudicam o desenvolvimento econômico em várias regiões do país e passagens com preços muito elevados. A avaliação é do presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, deputado federal João Maia (PR/RN), durante audiência pública destinada a discutir problemas do setor aéreo, nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados.

“O Rio Grande do Norte está entre os estados mais prejudicados, com poucos voos e disponibilizados em horários que obrigam a um pernoite até numa rápida viagem de negócios, aumentando o custo para o passageiro”, destacou. O parlamentar afirmou que o turismo – vital para a geração de emprego e renda da região – está minguando. “Natal tem hoje um dos mais modernos aeroportos do Brasil, capaz de receber aeronaves de qualquer porte, mas está completamente subutilizado”, lamentou João Maia. “A geração de empregos no Nordeste depende muito da atividade turística”, ressaltou.

O presidente da CDC ressaltou ainda que o ideal seria as companhias aéreas low cost (baixo custo) não apenas levarem brasileiros para o exterior a preço convidativo, mas contribuírem para o fortalecimento de rotas nacionais, com benefício para o turismo local.

Presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz atribuiu a alta no valor das passagens à valorização do câmbio e ao aumento do querosene de aviação a partir de 2015. Apesar disso, segundo ele, no ano passado, os preços dos bilhetes aéreos subiram apenas 1%. O representante das empresas aéreas destacou que 50% dos custos das companhias são ligados ao dólar, e 30% ligado ao petróleo.

Sanovicz defendeu o regime de liberdade tarifária das empresas aéreas, instituído desde 2002, que, segundo ele, fez as tarifas caírem pela metade e o número de passageiros, triplicar. Conforme o dirigente, o crescimento no número de passageiros cessou a partir de 2014, por conta da crise econômica no País. “Vivemos um momento gravíssimo, com a falência de uma empresa aérea. A última vez que uma companhia do setor entrou em recuperação judicial foi em 2004”, salientou.