
A Associação dos Escrivães de Polícia Civil do RN acaba de lançar um amplo projeto de cuidado aos seus associados, e que busca melhorar a qualidade de vida dos escrivães, diminuindo o número de afastamentos por motivo de saúde e um meio ambiente de trabalho mais saudável. O Projeto Assesp Cuida viabiliza o atendimento dos associados nas áreas de psicologia, fisioterapia e terapias integrativas por meio de parcerias com universidades e outras instituições, o que possibilita o oferecimento de serviços gratuitos, bem como alguns serviços com preços especiais.
Com o Assesp Cuida, a associação busca melhorar a qualidade de vida dos escrivães, diminuindo o número de afastamentos por motivo de saúde. “Atuando na reabilitação e na prevenção de enfermidades, buscamos a saúde integral dos escrivães, não apenas para melhorar o seu desempenho profissional, mas também para que tenha plenas condições de usufruir mais e melhor a sua vida com seus familiares e amigos, explica Carolina Campos, presidente da Assesp.
Atualmente, a Polícia Civil do RN conta com 23,37% de cargos de escrivão ocupados, dos 800 previstos em lei, o que significa o quantitativo de 187 escrivães ativos em todo estado. A falta de efetivo e as extenuantes atribuições dos escrivães de Polícia Civil ensejam enorme sobrecarga deste profissional raro na instituição. Muitas vezes os escrivães vão alem de suas funções, e exerce atribuições dos outros cargos ou responsabilidades administrativas que não estão previstas em lei.
Ademais não são observadas regras de ergonomia e segurança no trabalho dos escrivães, que trabalham em cadeiras inadequadas para a postura laboral, tendo em vista que esses profissionais permanecem muito tempo sentados, o que demanda maior atenção no mobiliário e cadeiras, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Nossos profissionais ainda trabalham sem Equipamentos de Proteção Individual (EPI) como máscaras e luvas, extremamente necessários já que lidam diariamente com apreensão de drogas, objetos sujos inclusive de sangue, potencialmente infectáveis. Sem falar nas situações de assédio moral muitas vezes existentes nas delegacias.
“Esta é a realidade do escrivão de Polícia Civil do RN, sobrecarregado, doente física e mentalmente, pagando o preço pela falta de estrutura e efetivo do PCRN”, atesta Carolina. A presidente ressalta ainda a total inexistência de qualquer tipo de assistência de prevenção e reabilitação de doenças laborais na estrutura do estado.
Doenças do trabalho como LER/DORT, tais quais, tendinites, bursites, hérnia de disco são as mais comuns das causas de afastamento por enfermidade física. Sem contar as doenças que acometem a mente, como transtorno de ansiedade, pânico, depressão, entre outras.
É importante frisar que, apesar da implantação do Assesp Cuida, a associação não esquece de demandar o poder público, requerendo a solução dos problemas já existentes, seja em busca de medidas ou até mesmo em busca de recursos.
No ano de 2016, a Assesp demandou o Ministério Público do Trabalho acerca das estruturas inadequadas e insalubres das delegacias de plantão, tendo o mencionado órgão instaurado inquérito para esclarecer as denúncias, e, determinou que a Polícia Civil adequasse a estrutura física das unidades plantonistas da capital, a Delegacia de Plantão da Zona Sul mudou para o mesmo terreno da sede da Polícia Civil, e, a Delegacia de Plantão da Zona Sul foi recentemente reformada e conta com uma estrutura bem mais adequada que a anterior.
Para o sucesso do projeto, parcerias e convênios estão sendo firmados, buscando a responsabilidade social de empresas e autoridades públicas, já que o benefício é para toda a sociedade, que ganha com a prestação do serviço público realizado de forma adequada.
Iniciamos o projeto com atendimentos de fisioterapia e terapias integrativas na sede, além do atendimento psicológico em parceria com a UnP. Os escrivães que queiram atendimento, já podem agendar alguns atendimentos através do site da associação: www.assesprn.org, ou devem procurar a Assesp através dos telefones (84) 98767-5821 e (84) 3206-5821.