Gleisi assume comando de operações política e de gestão para crise no INSS

03 de Maio 2025 - 06h52
Créditos: Ricardo Stuckert/PR

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, teve papel central nas decisões do governo diante da crise provocada por fraudes bilionárias em aposentadorias e pensões do INSS. Caberam a ela as articulações políticas e administrativas que resultaram na troca do comando da Previdência Social e da presidência do Instituto Nacional do Seguro Social.

Com a revelação do escândalo, Gleisi coordenou a substituição do então ministro Carlos Lupi (PDT) por Wolney Queiroz, ex-número dois da pasta e ex-deputado federal com boa articulação no Congresso. A mudança visou manter o apoio do PDT ao governo Lula. O partido, embora reconhecesse a fragilidade política de Lupi, exigiu manter o controle da pasta — o que foi atendido com a escolha de Wolney.

Saída de Lupi e nova presidência do INSS

A demissão de Carlos Lupi foi tratada como inevitável após a gravidade das investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Lupi entregou o cargo ao presidente Lula e, em carta pública, defendeu a responsabilização dos envolvidos nas fraudes.

Gleisi também atuou na escolha de Gilberto Waller Jr. para o comando do INSS, em substituição a Alessandro Stefanutto, exonerado após a crise. Waller terá como missão liderar auditorias internas para apurar o total do rombo — atualmente estimado em R$ 6,3 bilhões — e colaborar com a Advocacia-Geral da União na criação de um mecanismo de ressarcimento às vítimas.

Estratégia para conter desgaste político

A crise expôs o governo a críticas da oposição e impactou os esforços do Palácio do Planalto para recuperar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja aprovação tem caído desde o início de 2025. A Secretaria de Comunicação Social, chefiada por Sidônio Palmeira, busca conter os danos com ações de resposta à população prejudicada.

A atuação firme de Gleisi nas áreas política e administrativa reforça sua posição como uma das principais estrategistas do governo. Desde que assumiu a Secretaria de Relações Institucionais neste ano, a ministra tem acumulado influência nas articulações do Planalto — especialmente nas movimentações para viabilizar a reeleição de Lula em 2026, objetivo que o presidente já manifestou em reuniões com parlamentares.