
Em entrevista ao UOL, o ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates afirmou que não via mais espaço para si no PT, quase um ano após ter sido demitido da estatal. Ele também acusou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de tentar interferir na Petrobras, embora tenha negado que fosse a mando do presidente Lula.
Prates disse que o maior inimigo do governo era o próprio governo e que cogitava deixar o PT antes das eleições de 2026.
‘Silveira queria mostrar poder sobre a Petrobras’
Demitido em maio de 2024, após meses de desgaste, Prates culpou Silveira e Rui Costa (Casa Civil) por sua saída. Reforçou que Silveira tentava interferir nas decisões da Petrobras de forma "descarada", o que considerava grave para uma empresa de capital aberto. Disse ainda que Lula respeitava a governança da estatal, mas que integrantes do governo agiam em busca de interesses pessoais.
Fogo amigo
Para Prates, o terceiro mandato de Lula deveria ter sido "um governo de estrelas", mas ministros se escondiam por medo de virar alvo de ataques, principalmente de Rui Costa, que, segundo ele, agia pensando em sucessão. Disse acreditar que o governo ainda poderia melhorar sua aprovação, desde que definisse prioridades e formasse um time, em vez de concentrar tudo em Lula.
‘Sem espaço no PT’
Prates revelou que gostaria de disputar novamente o Senado pelo Rio Grande do Norte, mas via dificuldades no PT, onde a candidatura ao Senado já era esperada para a governadora Fátima Bezerra. Ele disse que poucos o apoiaram após sua demissão e que, no partido, ninguém queria "discutir herança com o pai vivo", por medo de desagradar Lula.
Afirmou ainda que Lula deveria anunciar logo se seria candidato em 2026, e que decisões estratégicas, como a exploração de petróleo na margem equatorial, deveriam ser dele.
Com informações do UOL