
Com a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social e a esperada substituição de Cida Gonçalves (Mulheres), o presidente Lula consolida uma reforma ministerial gradual, com trocas internas nos partidos aliados e sem ampliar espaço para o Centrão. Esta foi a quinta mudança só em 2025 — antes, saíram os titulares da Comunicação Social, Saúde, Relações Institucionais e Comunicações. As alterações não envolveram novos acordos políticos e refletiram problemas individuais dos ministros.
A próxima troca deve ser na pasta de Mulheres, com a possível nomeação de Márcia Lopes (PT), ex-ministra do Desenvolvimento Social, no lugar de Cida, que enfrenta desgastes internos e já teve acusações arquivadas pela Comissão de Ética. A substituição, porém, foi adiada mais uma vez, apesar de reunião com Lula na sexta (2.mai).
Outras mudanças envolveram o PT: Paulo Pimenta cedeu espaço na Secom ao marqueteiro Sidônio Palmeira, e Gleisi Hoffmann assumiu Relações Institucionais, com Padilha indo para a Saúde, onde o governo buscava maior articulação política. No início de abril, Juscelino Filho (União) deixou as Comunicações após denúncia da PGR, sendo substituído por Frederico Vasconcelos, indicação do senador Davi Alcolumbre.
Aliados do Centrão como PP, Republicanos, PSD e União Brasil demonstram insatisfação com o espaço atual. O PSD, por exemplo, quer o Turismo, hoje com Celso Sabino (União), enquanto Alcolumbre pressiona pela saída de Alexandre Silveira (PSD) de Minas e Energia. Apesar das demandas, Lula evita sinalizar novas trocas: “Mudar ou não mudar pertence intimamente ao presidente”, afirmou em fevereiro.
Nos bastidores, líderes avaliam que o tempo é curto para uma reforma ministerial ampla, já que ministros candidatos em 2026 precisam deixar os cargos até abril do ano que vem.