
Um aposentado e pensionista do interior do Tocantins se surpreendeu ao descobrir que havia 92 empréstimos consignados registrados em seu nome. Segundo o relato, apenas dois contratos foram efetivamente autorizados por ele. Os outros 90 seriam refinanciamentos realizados sem consentimento, conforme afirma seu advogado.
A prática, segundo especialistas, é recorrente entre correspondentes bancários, que aproveitam brechas operacionais para refinanciar empréstimos antigos, gerando novas dívidas sem o conhecimento do titular.
Mesmo após o término dos contratos regulares, o idoso passou a perceber descontos persistentes em seus benefícios. Atualmente, ele ainda paga por 16 empréstimos ativos: sete vinculados à aposentadoria e nove à pensão.
Diante da situação, foi ajuizada uma ação para contestar os lançamentos e buscar indenização por danos.
De acordo com dados do portal consumidor.gov, entre 2019 e 2025 o INSS registrou mais de 91 mil reclamações envolvendo empréstimos consignados não reconhecidos pelos beneficiários.
Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que o número de queixas é pequeno diante do volume total de operações, mas reconheceu falhas: mais de 1.400 sanções já foram aplicadas a correspondentes bancários desde 2020, por descumprimento de regras.
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