Paciente mais jovem com Alzheimer teve sinais aos 17 anos. Saiba quais

23 de Junho 2025 - 18h04
Créditos: Getty Images

Um jovem chinês de 19 anos tornou-se o paciente mais novo já diagnosticado com Alzheimer, segundo um estudo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease. Os primeiros sintomas começaram por volta dos 17 anos, e a confirmação veio dois anos depois, após uma série de exames clínicos e neurológicos.

Casos de Alzheimer em pessoas tão jovens são extremamente raros. Mesmo os casos considerados “de início precoce” costumam surgir apenas após os 30 anos e representam cerca de 10% de todos os diagnósticos da doença. Até agora, os mais jovens registrados tinham pouco mais de 20 anos.

Sinais começaram aos 17 anos

De acordo com os pesquisadores da Universidade Médica da Capital de Pequim, os primeiros sinais da doença incluíam dificuldade de concentração, perda de memória de curto prazo e desorganização. O jovem não conseguia lembrar o que havia feito no dia anterior e constantemente perdia objetos pessoais.

Exames de imagem revelaram encolhimento no hipocampo — a região do cérebro responsável pela memória — e biomarcadores no líquido cefalorraquidiano confirmaram a presença da doença.

Os testes de cognição mostraram déficits severos. A memória de trabalho foi 82% menor que a de colegas da mesma idade, e a memória imediata teve um desempenho 87% inferior.

Sem histórico familiar ou mutações genéticas

Ao contrário de outros casos precoces ligados a mutações genéticas hereditárias, esse paciente não apresentou nenhuma mutação conhecida associada ao Alzheimer familiar. Nenhum parente do jovem também tinha histórico de demência ou Alzheimer.

Para os médicos, o caso é inédito e preocupante. “O paciente tinha Alzheimer de início muito precoce, sem mutações patogênicas claras, o que sugere que sua origem ainda precisa ser explorada”, afirmaram os autores.

O diagnóstico levanta novas questões sobre a origem da doença e mostra que o Alzheimer pode afetar faixas etárias até então consideradas fora de risco. O jovem, apesar do avanço do declínio cognitivo, ainda conseguia viver de forma independente, segundo os especialistas.