
Cinco genes-chave estão relacionados à forma mais grave de covid-19. Foi o que afirmaram cientistas na sexta-feira (11), em apresentação de pesquisa que também indicou possíveis medicamentos para combater a doença. Os resultados foram publicados na revista científica Nature.
No estudo, foram identificados diversos remédios já existentes que poderiam ser adaptados para o tratamento de pessoas com risco de desenvolver a forma mais grave da covid-19.
"Nossos resultados sublinham imediatamente quais remédios deveriam estar no topo da lista para testes clínicos", afirmou o consultor acadêmico de medicina de cuidados críticos da Universidade de Edimburgo, Kenneth Baillie, que coliderou a pesquisa.
Conhecidos como IFNAR2, TYK2, OAS1, DPP9 e CCR2, os genes explicam parcialmente o motivo de alguns indivíduos ficarem gravemente doentes devido ao novo coronavírus enquanto outros não são afetados, disse Baillie.
As descobertas devem auxiliar os cientistas a agilizarem a procura por possíveis medicamentos para a covid-19 usando testes clínicos de remédios que visam rotas anti-inflamatórias e antivirais específicas.
Entre os que apresentam mais potencial deve estar uma classe de anti-inflamatórios chamada de inibidores JAK, na qual está o medicamento Baricitinib, da Eli Lilly, usado para artrite.
O grupo de Baillie descobriu ainda que um reforço na atividade do gene INFAR2 pode gerar proteção contra a covid-19, pois é provável que ele imite o efeito do tratamento com interferon. Diversos remédios existentes estão sob análise em testes clínicos por conta do potencial contra a doença causada pelo novo coronavírus. Entre eles, está o interferon-beta-1a, o antagonista de receptor interleukin-1 e o medicamento para artrite Kevzara, da Sanofi.
Até o momento, somente o esteroide dexametasona e um recém-desenvolvido antiviral de nome remdesivir, da Gilead, são autorizados por todo o mundo para o tratamento de pacientes com covid-19 — ainda que não seja recomendada a utilização do remdesivir para casos graves e que ele tenha resultados mistos em testes.
A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) aprovou em novembro a medicação anticorpos contra covid-19 bamlanivimab, da Eli Lilly, para pacientes que não estão internados, mas têm risco de contrair uma doença grave devido à idade ou por outras condições.
Fonte: CNN